Sim, domingo foi dia de eleições! Não é possível fugir à política porque ela emerge da natureza social do ser humano. Foi Aristóteles que o disse e, desde aí, o evoluir da civilização o confirma. Porém, a despeito da afirmação do estagirita, a questão que se coloca é sempre a mesma: Como compreender a complexidade, os equívocos, as ambiguidades e contradições que envolvem o fenómeno político?
o Prof. Doutor Joaquim de Carvalho, ilustre pensador figueirense, comentou a questão nos seguintes termos: (...) "na política, a lógica nem sempre tem os admiráveis resultados que enobrecem o pensamento discursivo, porque os interesses e os sentimentos obedecem frequentemente a outras normas diversas das da ausência da contradição” (...). Sirva-nos de mote a linha de pensamento de Joaquim de Carvalho. O mundo dos interesses, dos sentimentos, e ainda as emoções e paixões — tudo isso se projeta na praxis política dos grupos sociais, com diferentes objetivos e multíplices fins, sem prejuízo da sua dimensão.
Face ao contexto atual de uma crise internacional mais ou menos generalizada, algumas vozes aproveitam o ensejo para manifestar a necessidade de uma regulação apertada que traga moralização, ou melhor, um sentido ético aos agentes dos setores administrativo e económico-financeiro. Por outro lado, é sabido que o império das leis sem qualidade gera insatisfação, desigualdades sociais, promove injustiças. Nesta ótica, parece-me que a praxis política devidamente estruturada e bem conduzida possibilitaria um desempenho mais nobre, mais digno e promotor da solidariedade e da paz social.
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